Discipulado: a quem você está seguindo?

Conscientes ou não, todos estão seguindo alguém e todos estão sendo seguidos por alguém

“Ser humano significa ser discípulo. Deus não apresentou a Adão e Eva a escolha entre o discipulado e a independência, mas entre segui-lo e seguir a Satanás. Todos nós somos discípulos, a única questão é de quem?” (Dever, 2016, p. 51).

Por mais que muitos se arroguem certa autenticidade e originalidade, todo mundo em algum tempo, de algum modo, imita outras pessoas. Conscientes ou não, todos estão seguindo alguém e todos estão sendo seguidos por alguém. As redes sociais são o melhor exemplo contemporâneo desse fato. Insanamente, no mundo virtual, muitas pessoas seguem, amam e obedecem a pessoas que não conhecem e nunca viram pessoalmente e até mesmo a avatares e à inteligência artificial.

Mas, é na realidade e na vida pessoal que os relacionamentos e influências mais impactam a vida uns dos outros. Quando você realmente conhece alguém, convivendo com essa pessoa, pode tomar decisões mais assertivas sobre segui-la ou não e amá-la ou desprezá-la. Certamente se conhecemos e amamos alguém, desejaremos estar o mais perto possível dessa pessoa, segui-la e até obedecer-lhe. É bastante saudável e recomendável que perguntemos: quem estamos seguindo? Por que estamos seguindo? Para onde estamos indo? E ainda: quem está nos seguindo? Por que estão nos seguindo? E para onde estamos levando as pessoas?

Nesse sentido, destaca-se a singularidade e sublimidade do discipulado cristão, o qual diz respeito a conhecer, seguir e amar a pessoa mais importante do universo, da história e da eternidade, o Senhor Jesus Cristo, e a prática de ajudar outras pessoas a conhecerem, seguirem e amarem a Ele. Ou seja, a essência do discipulado cristão bíblico inclui dois relacionamentos fundamentais, com Cristo e com o próximo.   

Ninguém merece mais devoção e obediência do que Jesus, porque Ele é o Rei dos reis, o melhor Amigo, o Salvador, o Filho de Deus. Quanto mais o conhecemos, mais o amamos e mais queremos usufruir de Sua presença. Enquanto crescemos no conhecimento e amor a Cristo, abandonamos os falsos deuses, deixamos de seguir pessoas perversas e ensinos que conduzem à destruição, sendo transformados em nosso caráter para nos tornarmos semelhantes à imagem de Cristo. Quem segue Cristo tem uma vida com propósito e sentido, caminha seguro e alegre nesta vida, na certeza de uma eternidade bem-aventurada.

No relacionamento com o próximo, crescemos no amor às pessoas, tendo o compromisso de sermos discipulados por cristãos idôneos e de discipularmos outras pessoas, dentro e fora da igreja. Os verdadeiros discípulos levam a sério as palavras do seu Mestre: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros,” (Jo 13.35). Eles entregam aos outros o amor que recebem de Cristo, conforme Ele ensinou: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” (Jo 15.22).

Muitas instituições têm tarefas nobres, mas cabe à igreja a sublime obra de fazer discípulos de Cristo. Ela deve promover o discipulado cristão como sua missão central dada pelo Senhor: “fazei discípulos”. (Mt 28.19). Na prática, o discipulado, que envolve ensinar a guardar o que Cristo ordenou, pode ser desenvolvido de muitas formas: no dia a dia, na família, no contato um a um, em pequenos grupos de estudo e em classes de Escola Bíblica, entre outras. Os líderes das igrejas devem ser exemplos de discípulos e discipuladores, preparando os demais crentes para irem além do status de membro de igreja e tornando-se discípulos de Cristo multiplicadores.

O discipulado de Cristo é para a vida toda, até que Ele volte.  Conscientes de que muitos estão olhando para nós, quer seja criticando e desdenhando, ou nos imitando e nos seguindo, sigamos fielmente Aquele que é perfeito: Jesus. E que na caminhada com Cristo, cresça sua experiência de ser amado por Ele, de amá-lo mais que tudo e de amar o seu próximo como a si mesmo!